A Girs of War entrevista nada mais nada menos que Yoshinori Ono, o criador de Street Fighter 4 e Street Fighter vs Tekken. Ono foi o convidado de honra da Brasil Game Show 2011 e palestrou na sexta-feira, dia 7 de outubro, para uma multidão de fãs da feira. Yoshinori é uma pessoa muito simpática e muito brincalhão, o que contrasta um pouco com o estereótipo japonês de ser sério demais.
Yoshinori Ono - Criador de Street Fighter 4 |
1) A primeira coisa que vem em mente quando se pensa em Yoshinori Ono, além de jogos de Street Fighter, é aquele produtor da Capcom "doidinho" que é sempre simpático com os fãs, brincalhão e irreverente. Você sempre teve esse jeito extrovertido ou ficou assim depois de tanto trabalhar com games?
Yoshinori Ono: Sabe, quando comecei a desenvolver games minha principal intenção era fazer as pessoas felizes. Ou seja, se eu tivesse sempre aquela cara séria demais e parecer sempre mal-humorado não seria nada bom para a imagem de entretenimento que eu queria passar. É difícil convencer alguém de que o que faz é divertido se você mesmo não demonstra isso.
2) Acredito que esta seja a sua primeira visita ao país do Blanka. Você tem noção do sucesso da franquia Street Fighter no Brasil e a quantidade de pessoas no país que cresceram dando Hadouken's? O que tudo isso representa para o seu trabalho?
Yoshinori Ono: Sim, esta é a minha primeira vez no Brasil e já fui avisado que os jogadores brasileiros são muito apaixonados por Street Fighter, então, não vejo a hora de encontrá-los. Tenho certeza que o evento será um sucesso e fico feliz por poder proporcionar essa alegria com os fãs brasileiros do Street Fighter.
Comentei com Ono, ainda nessa pergunta, que ele não fazia ideia de que o público brasileiro de games é brincalhão também, dança junto, canta junto, joga junto, que perguntariam coisas sobre o desenvolvimento do game e os mais curiosos até perguntariam qual seu personagem preferido no jogo e…
Qual seu personagem preferido no jogo?
Ono: (risos) Bom, eu amo mulheres… Então, minha personagem preferida é a Cammy. Ela é bem… Digamos, forte… (risos) Sempre gosto de jogar com ela bem próximo da tela!
3) Street Fighter é um dos games de luta de maior sucesso da história, sempre imaginei como era o processo de criação dos personagens. O jogo também é o primeiro a ter uma lutadora mulher (Chun-Li). De onde surgiu a ideia de colocar uma mulher lutadora num jogo bem focado para o público masculino, especialmente na época do seu lançamento?
Ono: Bom, o designer original da série, Akira Yasuda, também ama mulheres (risos) e ele queria que no jogo tivesse a participação de uma linda mulher, que também lutasse muito, e foi mais ou menos assim que eu ouvi a história do surgimento da Chun-Li na franquia.
4) Além da série Street Fighter, você também já produziu outros games como “Chaos Legion”, “Onimusha Dawn of Dreams”, “Shadow of Rome”, “Monster Hunter Frontier” e agora “Street Fighter vs Tekken”. O que você pode dizer que seria uma espécie de marca sua em todos esses títulos? O que você considera que todos esses jogos possam ter em comum?
Ono: Meu principal papel é entregar ao público um ótimo jogo criado por um diretor. Com isso eu não estou dizendo que não gosto de criar jogos, mas costumo dar ao diretor liberdade de colocar também suas ideias no jogo e mostrar seu ponto de vista. Não é uma via de mão única, o diretor também tem a chance de opinar e sugerir dentro do processo de desenvolvimento. O que eu realmente procuro fazer é criar e entregar todas as mensagens que pretendo passar através do game e fazer com que o diretor entenda essa mensagem. Isto é basicamente no que eu me foco.
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5) Os fãs de jogos de luta sempre procuram por um diferencial a cada novo título lançado. Isso porque a tendência é a jogabilidade desses títulos começarem a ficar bem parecidas. O que “Street Fighter vs Tekken” trará de inovador para os jogadores?
Ono: Então, o que temos de novo em Street Fighter vs Tekken é que os jogadores (fãs de Street Fighter) poderão apreciar o jogo no estilo de gameplay de Street Fighter, da mesma forma que os fãs de Tekken se sentirão em casa jogando com seu personagens preferidos da série.
Deixa eu dar um exemplo: imagine a “engine” (mecânica) do jogo como uma bola. O objetivo é você usar essa bola para derrotar o adversário. Agora imagine Street Fighter como sendo um taco de beisebol e Tekken como uma raquete de tênis. Ambos têm o mesmo objetivo, ou seja, atingir a bola o mais forte e preciso possível para vencer o jogo. No entanto, o taco e a raquete são instrumentos diferentes, cada um tem suas particularidades (vantagens e desvantagens). Vai depender de qual jogador irá manusear um dos dois instrumentos da melhor maneira para vencer. [Resumindo: jogadores de Street Fighter notarão que o gameplay dos lutadores são semelhantes aos demais da série, bem como os jogadores de Tekken. Não haverá influência do estilo de um sobre o outro. A única coisa igual, obviamente, é o fato de ambos quererem a vitória].
6) Essa pergunta que farei agora eu também a fiz para o produtor do novo Mortal Kombat, Hector Sanchez, no ano passado, neste mesmo evento, e agora faço para você: será que um dia veremos um Street Fighter vs Mortal Kombat?
Ono: (risos) Eu já, inclusive, conversei com o time que desenvolveu Mortal Kombat há alguns meses e estamos discutindo a viabilidade de como desenvolver esse game. Isso porque para fãs de Street Fighter soaria estranho e até perturbador ver pedaços da Chun-Li, por exemplo, sendo arrancados e todo aquele sangue jorrando. Isso seria muito chocante e violento demais para Street Fighter. Então, primeiro teríamos que resolver essa questão, talvez com um tipo alternativo de gameplay que não prejudicasse a nenhuma das partes.
O Portal Versus também fez a sua parte e entrevista também Yoshinori Ono, mas como as perguntas foram direcionadas apenas a respeito do novo jogo (Street Fighter vs Tekken), não colocamos todas aqui. Colocamos apenas a pergunta a respeito do Brasil ser incluído na comunidade mundial de gamers. Confiram:
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Yoshinori Ono: Eu vim para o Brasil neste evento para saber se realmente há muitos fãs brasileiros de jogos de luta, e felizmente confirmei isso. A partir disso, acredito que a vinda da empresa para o Brasil ocorreria em três etapas, sendo a primeira a localização do jogo (traduzir para o português). Em segundo, a ideia seria trazer esses eventos. Por fim, teríamos um SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor), e tudo isso pavimentaria a vinda da empresa para o país.
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